terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

“Decisão Radical”


A narrativa de Mt 4.18-25, Mc1.16-20 e Lc 5.1-11, nos mostra como poderia ter sido complicado para aqueles homens tomarem aquela decisão tão séria e radical em um espaço de tempo relâmpago. Jesus chega e lhes faz o incisivo convite: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens”. 
A resposta de Pedro, André, Tiago e João foi de tal maneira espontânea, que nos remete a uma só reflexão: A dependência incondicional destes homens ao chamado, do recém-revelado mestre da Galiléia, isto no mínimo é inspirador para todos os que tomaram, tomam ou tomarão a decisão de viverem para o evangelho, e pelo evangelho. Eles não fizeram isto precipitadamente, porque foi um ato de legítima fé, naquele que os fez o convite. 
Em Hb 11.8. “Pela fé Abraão, quando chamado, obedeceu e dirigiu-se a um lugar que mais tarde receberia como herança, embora não soubesse para onde estava indo.” Tanto estes discípulos, quanto Abraão não imaginavam o que os esperava no futuro, que eles mesmo haviam escolhido. Mas na verdade é preciso entender o que é mesmo fé e viver pela fé. Vejamos que Abraão obedeceu pondo o pé na estrada sem saber onde ficava aquela terra, quanto tempo levaria para lá chegar e o que lhe esperaria nesta jornada. Que diferença dos que dizem viverem pela fé nos dias de hoje, não? Vou fazer isto ou aquilo para o Senhor pela fé, mas a pergunta básica logo é ouvida: Qual será a minha recompensa? Quem vai pagar o meu aluguel? Lá tem quantos membros? Como vou me locomover? E por ai vai. 
Sei que estamos vivendo em um tempo diferente que viveram estes heróis da fé, mas os desafios, o trabalho, o envio de missionários continua, e Deus permanece sendo o mesmo. A diferença de hoje se dá em razão da fé condicional, porem com eles exercia-se a fé incondicional. Antes a atitude seria: “Deus eu me lanço de cabeça em tuas mãos, dê o que der estou respaldado por ti, e tudo o que tenho são as minhas forças para lhe oferecer”. Hoje parece que a dependência não é no ide de Jesus, mas um “ide” se houver garantia de recompensa, na dependência de alguém, do que é físico, palpável que garanta a manutenção de meus cuidados. 
Estes homens mencionados por Mateus e o escritor aos Hebreus largaram tudo, barcos, redes, familiares, bens pessoais e foram em busca do que Deus os havia mandado fazer: Abraão para uma terra estranha – com a missão de gerar um povo milagrosamente. Os discípulos, seguir um mestre recém-chegado que nada tinha no âmbito terreno, que lhes pudesse oferecer, a não ser, a anunciação de que o Reino de Deus havia chegado por meio de sua pessoa. Seria tão difícil para nós nos entregarmos a Deus incondicionalmente em ações e obras sem questionamentos ou argumentações que apenas impressionam, mas a poucos convencem, como temos o relato de, 1 Rs 19.19-21. “Elias o alcançou e lançou sua capa sobre ele.” Se Deus realmente te alcançou, por favor, não duvide desta unção, mas assim como fez Eliseu, o faças. “Eliseu deixou os bois e correu atrás de Elias.” 
Deixe tudo o que lhe pareça conforto e falsa segurança, e corra desesperadamente ao encontro dos sonhos de Deus em sua vida. Olha que exemplo de decisão radical e abnegação ao chamado: “Deixa-me dar um beijo de despedida em meu pai e minha mãe, disse, e então irei contigo.” Deus até permite que, de alguma forma venhamos a satisfazer  algum desejo familiar, mas lembremo-nos, que nosso chamado é incondicional. “Vá e volte”, respondeu Elias; “Lembre-se do que lhe fiz.” Deus nunca ficou devendo nada a ninguém, muito menos para a nossa família. E Eliseu voltou, apanhou a sua parelha de bois e os matou. Queimou o equipamento de arar para cozinhar a carne e a ofereceu ao povo, e eles comeram. Depois partiu com Elias, tornando-se o seu auxiliar. Não deixe nada para trás que lhe venha prender ou ser uma referência para voltar, foi isto que os discípulos de Jesus fizeram, até serem mortos por causa de sua missão: anunciar as boas novas. 
Foi isto que Abraão fez ao sair de sua terra e do meio de sua parentela, lançando sua sorte totalmente nas mãos de seu Deus, foi isto que fez Eliseu, matou os bois e queimou as cangas, não fez dinheiro do que tinha, mas deu um banquete para todos, e depois foi com Elias. Amados, volto a dizer: Deus nunca ficou devendo nada a homem algum. Á Abraão deu riquezas, nome, bênção, filhos e reconhecimento de todos, e um lugar especial para a eternidade. Aos discípulos concedeu poder, unção e um lugar de destaque na eternidade. Á Eliseu, unção dobrada que tinha sobre Elias, a ponto de depois de morto, um defunto foi jogado em sua sepultura e em seguida reviveu. Por que só conosco Deus não cumpriria sua palavra? Meu desejo é que tenhamos uma decisão radical e incondicional para com o nosso chamado.
Pr. Ivan Nunes – Presidente Nacional das Igrejas O Brasil Para Cristo. Disponível em: http://site.conselhonacional.org.br/?page_id=1018